
Fecundam o espesso surgimento
Da noite intransponível.
Veludo da pele baça,
Tingida pelo sol extremo
Na expressão desfigurada
De um deus quase nu.
Tudo é ébano,
É orgânica a existência vegetal do homem:
Sua essência em pétala, em folha,
Em caule e o florir de pele.
Cânticos voejam das bocas
Como centelhas em febre,
Há o murmurejo líquido
Do lago suspenso em lágrimas:
O sôfrego palmilhar de um mártir
Em sua pousada espinhosa,
Pois a epiderme exibe dolorosas
Chagas que não se cicatrizam
Na carne arredia de Zumbi,
Mesmo no mais puro silêncio de alcova.
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