segunda-feira, 30 de maio de 2011

HORAS




Passas na silenciosa fuga,
Na ligeira contagem,
feito o Lento torpor do sono
Estagnado no invisível.

Na soma final,
És Imperceptível
Batendo asas, ficas
Em permanente voo.

Quem seria seu cúmplice?
O relógio? (matemático de pulso)
O limite que se alimenta
Do tique e taque do quartz?

És a filha do tempo
Que o tempo não tarda.
E tudo está, agora mesmo,
Sob sua contagem milimétrica.

És o momento da chegada:
O ruído inicial de quem bate à porta
E se adentra à existência física,
Dando o início à sua passagem.
Efêmera como o vapor,
Se evapora na transparência,
Incontinente da espera
Que nunca acabou.

Estamos, todos nós,
Atados em tuas mãos,
Arrastados para o horizonte
Que se abrirá no depois.
E Presos em tuas correntes
No espetáculo do sono
Que jamais despertará novamente.

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