sexta-feira, 27 de maio de 2011

A COR DOS TEUS OLHOS


Olhando bem, meus olhos
Trazem um pouco da cor desse rio
Escorrido na lágrima pantaneira
E o teor da madeira escura
Sobre o solo desta mátria.

A argila e o barro na chuvarada,
Lama misturada na cor da iris
Pele do rio em olhos d'água
É a cor dos meus olhos pardos,
Pluma de um Sabiá à toa daqui.

Mas que olhos serão os teus?
Se quando verdes são falsos
Porque se mostram azulados.

Mas que olhos serão os teus?
Se quando pairam azuis
São cristais esverdeados.

Olhando bem, seus olhos
São os raios de sol refletidos,
Na lâmina do espelho despido
Onde as criaturas ficam narcíseas
Diante o próprio reflexo.

Capim, folhagem e o mar celeste
Confundem nossa visão de leigos
Assim são teus olhos que eu vejo
Com os meus que são obscuros
Na transparência dos teus.

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