
A poesia é líquida,
a bebo até o agridoce
do gengibre.
Mas quem ficou bêbado?
Os nós-poetas, o tomate-cereja,
os dez por cento do garçom?
Nenhum desses nós.
Mas a ressaca da desmemória ainda é.
Toda nossa.
Embriagado mesmo ficou outro gozador:
o desvirtual silêncio cego do computador.
Ele deletou tu-do.
Ficamos então, nós,
as cores do pé-direito
e o ar bebum desse momento.
Tudo bem!
Tenho comigo toda a verdade do desejo.
Não necessito mais de ti, apagador de versos!
Uso a lousa-guardanapo. Eu os reescrevo.
Não só os reescrevo como os pinto.
Deleto imagens que vibrammm
e variam sonhos e prosas.
Risadas, ripas soltas e prontas...
Ouço... ou sou?
Sou.
Não o pouco, que o computador apagou.
Tampouco o muito que nas mesas restou.
Plagiando os versos dos verbos soltos nas bolhas do álcool,
encantando os ocos ouvidos do sábio refrão das noites.
O que sou? Senão um ponto que interroga,
tão óbvio quanto a exclamação do agora;
equilibrado entre as vertigens da noite,
entre as sobriedades da palavra.
Feliz; das metades,
do completo som,
dos sorrisos soltos;
na boemia entre amigos
– três vezes –
sou.
(Cel Bentin, Talita Maciel e LG o eletrodoméstico)
5 comentários:
Eis que nos pomos entre pomos (de adão?) e nos opomos para, só assim, então, alisar o bar e entreaguar os dedos na saliva de cada palavra: à três.
Boas alterações. Não me cabe tanto a técnica. Como discutimos, sou do tipo sentimento.
vc tá de casa nova ne?
bem, vou voltar com mais calma,
eta vida corrida vum.
mas pelo menos eu deixo um BeijoO pra vc tá
=*
Bebamos a esmo nossos termos. Eis que a letra se empalavra na linha da mesa e a poesia-feto se efetua. De fato.
Ai..
A coisa boa do baraugusta foi aprimorada!!
Gostei..
Quando será a próxima baguncinha??
A quatro desta vez, por favor..
Preciso conhecer o poeta-feto que efetua!!
(risos soltos em prosa)
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